Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é considerado idoso todo indivíduo com 60 anos ou mais. O Brasil tem mais de 33 milhões de pessoas nessa faixa etária, número que representa 14% da população do país. E esse percentual tende a dobrar nas próximas décadas, segundo a Projeção da População, divulgada em 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).  O IBGE mostra ainda que a tendência de envelhecimento da população vem se mantendo e o número de pessoas com mais de 60 anos no país já é superior ao de crianças com até 9 anos de idade. Entre as consequências do envelhecimento da população, está o aumento de doenças degenerativas do corpo, como a artrose (osteoartrose). Dados da OMS indicam ainda que 9,6% dos homens e 18% das mulheres com idade superior a 60 anos sofrem com o problema. Cerca de 80% das pessoas com osteoartrose têm limitações de movimento e 25% não podem executar as principais atividades da vida diária, como abrir uma caixa de alimento, dirigir, caminhar, subir escadas, levantar e segurar objetos. De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, 15 milhões de pessoas sofrem de artrose. A maioria são mulheres com idade entre 45 e 50 anos, que normalmente é o período da menopausa. Esse índice tende a piorar conforme a idade avança. Pesquisas apontam que, entre 70% e 80% das pessoas acima de 65 anos, sofrem ou irão sofrer de artrose. A boa notícia é que muitos dos sintomas da artrose, como dores nas articulações e diminuição dos movimentos, podem ser melhorados com tratamentos quiropráticos. Segundo a Arthritis Foundation, baseada nos Estados Unidos, o quiropraxista pode manipular ou ajustar a coluna para melhorar a dor e a mobilidade, trazendo benefícios que podem se estender além das costas e pescoço. Usando vários graus de força em um esforço para ajustar as articulações com possíveis comprometimentos em sua funcionalidade, o profissional de quiropraxia tenta melhorar a relação entre a coluna e o sistema nervoso, a qual pode afetar a função de todos os órgãos e sistemas do corpo. A maior parte do que os quiropráticos fazem hoje é mais suave do que estalar as costas ou colocar os pescoços no lugar. Existem mais de 150 técnicas quiropráticas para ajustar manualmente a coluna, as articulações e os músculos com vários graus de força. O quiropraxista pode manipular suavemente os tecidos moles para interromper os espasmos musculares e aliviar a sensibilidade. Ou pode usar exercícios ativos ou tração para alongar lentamente as articulações e aumentar a amplitude de movimento. O tratamento quiroprático tem sido usado para ajudar a melhorar o padrão de vida dos idosos há vários anos. Só recentemente, entretanto, as evidências científicas para apoiar o uso da quiropraxia tornou-se amplamente disponível. À medida que aumenta o número de pessoas que toma conhecimento dos benefícios do tratamento quiroprático regular, esperamos um crescimento significativo no número de idosos que o utilizam para melhorar sua saúde funcional.

A dor no pescoço é a principal causa de sobrecarga individual e social em todo o mundo, afetando cerca de 1 em 5 pessoas com 70 anos ou mais. A natureza e os resultados do tratamento quiroprático para idosos com dor no pescoço, particularmente aqueles com cefaleias co-mórbidas, permanecem mal compreendidos, segundo afirma um estudo australiano de 2019, publicado na revista Chiropractic & Manual Therapies.  Nesta pesquisa, envolvendo 288 quiropraxistas australianos, foi feita por meio de um questionário online entre os meses de agosto e novembro de 2017, mostrou que aproximadamente um terço (28,5%) dos pacientes dos entrevistados eram adultos mais velhos (ou seja, com idade igual ou maior que 65 anos), dos quais 45,5% apresentaram dor no pescoço e 31,3% dor de cabeça mórbida. Os quiropraxistas relataram combinar uma variedade de tratamentos de terapia e terapia manual, exercícios e práticas de autocuidado no cuidado desses pacientes, particularmente: manipulação da coluna torácica (82,0%); ajuste utilizando Activator no pescoço (77,3%); e massagem do pescoço (76,5%). O número médio de visitas necessárias para resolver os sintomas de dor de cabeça foi relatado como sendo mais alto entre aqueles com enxaqueca. A maioria dos entrevistados (57,3%) relatou uma resposta moderada ao tratamento na tontura relatada entre adultos mais velhos com dor no pescoço. Estima-se que aproximadamente 82% dos pacientes adultos mais velhos usem pelo menos um outro serviço de saúde simultaneamente ao tratamento quiroprático para controlar sua dor no pescoço. Este é o primeiro estudo conhecido a investigar o tratamento quiroprático de idosos que vivem com dores no pescoço. Os resultados sugerem que os quiropraxistas usam técnicas de terapia e manuais bem estabelecidas para controlar a dor no pescoço em adultos mais velhos. Os resultados favoráveis ​​relatados pelos participantes destacam um papel potencial para o uso de abordagens terapêuticas multimodais não farmacológicas para o tratamento da dor no pescoço em adultos mais velhos. As descobertas também indicam que este grupo-alvo de pacientes pode frequentemente integrar o tratamento quiroprático a outros serviços de saúde para controlar a dor no pescoço. Compreender a motivação do paciente para usar vários serviços pode lançar luz sobre as necessidades de saúde desta população. Fonte: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6918629/#

Os idosos geralmente são afetados pela velhice de maneiras diferentes, daí a necessidade de ter diferentes escolhas de opções de tratamento. Um quiropraxista qualificado deve explicar as opções existentes, seus benefícios e os riscos que cada método envolve. Basicamente, há dois métodos amplos de tratamento de quiropraxia à escolha dos idosos: técnicas manipulativas e não manipulativas. A técnica manipulativa envolve a manipulação das articulações para reajustar ou realinhar a coluna vertebral. Este método de tratamento quiroprático também ajuda a tratar os tecidos relacionados à coluna vertebral. Quase todo quiropraxista baseia sua prática na técnica de manipulação da coluna vertebral. Este método mostra-se eficaz no tratamento de distúrbios neuro musculoesqueléticos. O tratamento que um idoso receberá para este distúrbio será para dores na parte inferior das costas, dores no pescoço, bem como outras doenças relacionadas. As técnicas de manipulação também são indicadas para tratar distúrbios não musculoesqueléticos. A técnica não manipulativa sem o uso de força pode beneficiar os idosos com dor aguda, pacientes com espasmos, aqueles com sistema nervoso muito sensível e pacientes com artrite, síndrome articular degenerativa, estenose espinhal e crianças e adolescentes. Também não é preciso dizer que o uso de ajustes suaves e não manipulativos pode ser usado ainda no atendimento a bebês. Existem várias técnicas não manipulativas que o paciente idoso pode escolher. Os mais comuns são liberação miofascial, massagem de tecido profundo ou acupressão. A massagem miofascial tem o objetivo de liberar a pressão inserida na bainha da fáscia. A constrição da fáscia geralmente causa dor. Durante a liberação miofascial, o quiropraxista usará seus dedos para esticar a fáscia com suavidade e firmeza. A massagem dos tecidos profundos visa melhorar o fluxo dos fluidos linfáticos. Essa técnica deve ser usada por quiropraxistas treinados, pois o uso excessivo pode causar dormência e rigidez.

Estudo australiano relata resultados da Quiropraxia em idosos com dores no pescoço